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Um dos resultados imediatos dessa moral divina, e que não devo passar aqui em silêncio, seria estabelecer e vulgarizar a doutrina dos deveres, como o contrapeso e corretivo saudável da doutrina dos direitos que se ensina nas escolas superiores, e tem tanta voga na política. Em verdade, eu não descubro nada mais funesto do que o ensino (teórico ou prático) da última destas duas doutrinas, sem o prévio estabelecimento da outra que lhe deve servir de base.
Bem sei que para ser cristão não basta conhecer e praticar a moral do Evangelho, mas é preciso ainda acreditar nos dogmas e seguir o culto da Religião divina. Estou mesmo intimamente convencido de que os dogmas e o culto são os dois esteios sólidos e necessários da moral, e que é sobretudo pela união de seus dogmas com a sua moral que o cristianismo tem gerado todos esses prodígios e maravilhas que assombram o universo. Mas tal é o mecanismo da Religião divina, que todas as suas partes se ligam e se atraem irresistivelmente, e pode-se com segurança trabalhar no aumento de uma sem que as outras sofram. Entretanto, a moral do Decálogo e do Evangelho, parece-me, em todo o caso, o prelúdio mais feliz para o ensino da fé católica, que não pode ter maiores inimigos do que a perversidade do coração e o desregramento da vida.
Autor: São Tomás de Aquino
Editora: Santa Cruz
Número de Páginas: 160
Ano de Lançamento: 2025
ISBN-13: 9786587994727
Edição: 1ª
Encadernação: Capa dura
Dimensões: 12,5 x 18,5 cm